quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sé: Retábulo de Nossa Senhora da Anunciação

“Secretário de Estado da Cultura (SEC), Jorge Barreto Xavier, estará no Museu da Guarda para assinatura de protocolo com o Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício, relativo à trasladação do Retábulo de Nossa Senhora da Anunciação para a Sé da Guarda. O retábulo foi mandado fazer por Luís d'Abreu Castello Branco e Dona Francisca de Pina, para a sua Capela Funerária dos Ferros, na catedral da Guarda, tendo sido daí retirado e depositado no Museu da Guarda, em 1946, aquando da intervenção de restauro da Sé, empreendida sob orientação do arquiteto Rosendo de Carvalheira. Por solicitação de D. Manuel da Rocha Felício foi pedida a devolução do Retábulo à Sé da Guarda, permitindo deste modo o regresso desta peça ao seu local de origem. A trasladação do Retábulo encontra-se contemplada no âmbito da empreitada “Sé da Guarda Conservação e Restauro do Retábulo-Mor, Carpintarias e Acessibilidades”, operação candidatada pela DRCC ao Eixo Prioritário 2 - Valorização do Espaço Regional, Regulamento Específico - Património Cultural, do Programa Mais Centro. A empreitada inclui a desmontagem integral do Retábulo, acondicionamento e transporte do Museu da Guarda para a Sé da Guarda, incluindo todos os trabalhos preparatórios, acessórios e complementares, prevendo-se o final desta obra até 30 de Setembro de 2015”
Origem da fotografia e texto: Diocese da Guarda

No dia em que o Museu Nacional da Guarda entregou o retábulo à Diocese, o Museu passa a ser Museu Municipal da Guarda. Uma devolução e uma perda importantes para o Museu. A Sé da Guarda fica a ganhar.  

4 comentários:

  1. O Museu deixando de ser regional vai ter que devolver muitas peças que não fazem parte sequer do concelho da Guarda. E ainda por cima há peças cedidas que podem agora ser reclamadas a espera de definição da nova estratégia municipal para o Museu. O que eu não entendo é se este retábulo tinha sido colocado no Museu não seria porque a Sé não tinha condições de preservação para ele?
    E o Museu de Arte Sacra não seria o local indicado para receber este tipo de obras? e porque ninguém pergunta ao Sr. Bispo sobre o Museu de Arte Sacra?
    E o Museu da Guarda passando a municipal não deixa de pertencer a Rede de Museu?

    Na verdade o que acho que aconteceu foi que Amaro não teve força para manter o Museu na rede nacional. Porque já há muito que o governo queria desfazer-se de alguns museu da sua rede porque apresentavam números preocupantes - poucos visitantes e custos elevados de manutenção - e um controlo muito difícil. Quando a Directora Regional de Cultura veio a Guarda pela primeira vez percebeu-se que a intenção dela seria cada vez mais desfazer-se deste museu e se não conseguisse via câmara seria via Castelo Branco.... e assim foi fazendo o seu caminho até que conseguiu. Álvaro Amaro sai claramente a perder nesta negociação porque fica com um equipamento muito caro para manter e não tem capacidade nem conhecimento para manter os níveis de qualidade que um museu destes requer na sua gestão.
    Brevemente o Museu da Guarda será aquilo que este executivo sabe fazer e os técnicos da câmara conseguem imaginar - uma lojinha, um posto de informação, uma exposição, uma sala para seminários e ateliers e coisinhas assim. Perde-se uma estrutura que estudava, investigava e catalogava peças únicas de toda a região e que em rede com os restantes museus preservava objectos de valor incalculável.
    Quem perde é a Guarda porque um Museu deixar de ser Regional para ser Municipal é em qualquer lugar do mundo uma despromoção e neste caso em particular a Guarda foi muito castigada.

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    1. Identifico-me, completamente , com este comentário. Rigoroso e quase completo. Divulgá-lo, por tudo quanto é sítio, seria bom e útil. Como gostaria que toda a Comunicação regional e local fizesse eco, tratando com seriedade informativa este assunto. Serão capazes?

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  2. Ficámos a saber pelo conteúdo do protocolo, divulgado pelo Sr Bispo, que se trata de uma trasladação. Palavra interessante!
    O dono é o mesmo. É o Estado.
    Todavia, independentemente, da polémica dos lugares das peças museulógicas, no caso concreto, Museu ou Sé, criou-se um precedente.Futuramente, o acervo do Museu poderá encolher. Basta que os pedidos apareçam e haja influência política.

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  3. A Guarda a ser desmontada peça a peça. Acordem, virá mais do mesmo.
    Pensava eu, sei lá, que transladação, ou trasladação, só se utilizava para cadáveres.

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